Saturday, August 19, 2006

No fim são flocos de milho...


Depois de anos luz sem atualizar, voltei com esse textinho.
Na verdade o início deste texto foi escrito no mesmo dia em que eu vi o filme sobre o qual falo, e outra boa parte veio bem depois. Na verdade, só hoje (01/11/2006)! No início do texto, mudanças drásticas ainda não haviam ocorrido em minha vida, mas agora é diferente. Tô meio que na correria, sem tempo para publicar tudo que me vem à mente, no entanto sem deixar de produzir e observar minha maior fonte de inspiração para escrever: as pessoas, o mundo, os ônibus, os metrôs, a existência. Deixo-vos a vontade para ler esse projeto de texto de um quase escritor. Boa sorte (leitura)! =)


Aqueles que acompanham meus escritos nesta página sabem que muitas vezes começo meus textos falando de meu dia nada interessante. Hoje vou poupá-los do de sempre, afinal não há novidades. Não grandes novidades.
Mas há algo que gostaria de compartilhar com vocês, leitores de um autor desconhecido, sem prestígio, mas que pelo menos escreve. Uma de minhas incursões ao cinema; mais especificamente no dia de hoje.
Fui ver Click, o mais novo filme do Adam Sandler. Como já conheço o ator de longas datas, estava psicologicamente preparado para uma boa comédia, piadas com o nome de algum famoso e outras que nem sempre entendo. No entanto me surpreendi com essa última produção. Para mim foi uma verdadeira lição de vida. Um tapa na cara, na verdade.
Para os que ainda não viram o filme, fala de um jovem pai de família - o qual eu me esqueci o nome, mas que é interpretado pelo Adamzinho - que trabalha em uma empresa de arquitetura e que quer subir, crescer, virar aquele que manda, coisas do tipo na empresa. Um belo dia, irritado com a idéia de que os malditos vizinhos capitalistas tem um controle universal e ele não, sai pela noite a procurar uma loja de alguma coisa que venda o tal controle para ele também. Ele encontra MUITO ALÉM do que imaginava...
O controle que acaba recebendo de um senhor meio lunático que trabalha em um setor "secreto" da loja não controla só do ventilador ao portão da casinha do cachorro: exerce poder tanto sobre a brisa que passa lá fora como sobre o volume do latido de seu au au.
No início tudo parece maravilhoso: ele pode adiantar os momentos que quiser para que sobre mais tempo para outras coisas. E é aí que ele, e todos nós, cometemos os mesmos erros: adiantamos os momentos mais raros de nossa rara existência sobre essa terra em busca da mais pura efemeridade: dinheiro, promoções, carros, mais dinheiro, previdência privada, um terreno no cemitério, um pouco mais de dinheiro, pílulas azuis... E no fim? No fim do arco-íris o pote de ouro não tem ouro: no fim são flocos de milho. No fim tudo volta a ser nada. Até nós mesmos.
Viemos meio que de sopetão a esse planeta. Chegamos e a festa já havia começado, mas todos queremos levar algum "pratim" de "bejim" e "salguadim" pa comer depois. Nessa angustia pela merda do pratim, nem curtimos como deveríamos: não baijamos quem amamos (e quem não amamos também, por que não?), não dançamos na chuva, não observamos o pôr do sol pela janela do prédio (as pessoas acham que tem que se estar na mais bela praia deserta para se prestigiar o pôr-do-sol, ou em uma montanha rochosa em um fim de tarde entre amigos, todos com aquelas botinhas cano médio, como numa propaganda de pick-up... me poupem!), não cabulamos aula para falar sobre a política monetária do Sri Lanka sem nem ao menos saber se Sri Lanka é na Ásia ou se é um Estado da extinta Indochina, nos fechamos. E morremos. Sós.
Nunca quero um controle daquele. Para ter o fim que o Adam teve, prefiro que tudo aconteça na minha velocidade de baiano mesmo. Nunca tive pressa, e mesmo assim me peguei outro dia com quase duas décadas completas! Agora, cada dia que passa é um a mais - caso queira realmente deixar que outras duas décadas vezes cinco cheguem para mim - ou um a menos, caso queira que morrer jovem, e com cara de alface, como diria meu saudoso professor Orlei.

A escolha é minha. E sua também, caro leitor.

Ps.: A Junym e Shi, meu abraço e meu obrigado pela cobrança!

4 comments:

Unknown said...

Davizimmm
realmente uma lição di vida, não soh o filme, mesmu pq naum assisti ainda, e q por sinal fikei com vontade de assistir, mas seu textu, como sempre mto bom meu caro "quase escrito" (adorei issu) hehe...

ah, moh perfeita essa parte também, i faço questão de reproduzir ela aki:

"as pessoas acham que tem que se estar na mais bela praia deserta para se prestigiar o pôr-do-sol, ou em uma montanha rochosa em um fim de tarde entre amigos, todos com aquelas botinhas cano médio, como numa propaganda de pick-up"

grande abraço meu brother
i valew pelo link para o meu blog com textus de um quase "quase escritor"
huhuhuhuhu

Anonymous said...

Puxa vida, conheci seu blog através do Marção...que para mim é Marcinho, me encantei com ele desde o primeiro texto que li...dez para dez. Continue a nos delicias com momentos de grandeza em suas palavras...

e aproveite para visitar meu jovem blog tb..rs http://samenolandia.zip.net

Mene Sá said...

êpa...eis-me aqui novamente para informar que meu blog não é mais este..mas sim:

http://meioporacaso.blogspot.com/

resolvi fazê-lo por aqui...abraço

Anonymous said...

davi... vc sabe q adoro tudo q vc escreve, entaum para não ser repetitivo. adorei muito esse texto. pareceu sincero, e muito. sua cara! tô com saudade de tu véi! abraço