Friday, July 21, 2006

Dez para as Dez



Ainda estou de férias na Bahia. Gostaria de deixar clara uma coisa: nem todo lugar desse Estado maravilhoso tem praia. Minha cidade está incluída no rol das desprovidas de um pedaço vasto do litoral brasileiro. Ah!, e desprovida também de belezas naturais (com exceção das mulheres metidas daqui, mas não vem ao caso agora). Não temos cachoeiras, araras azuis, muito menos coqueiros. Por falta do que observar, logo perdi (ou ganhei) algum tempo a observar outras coisas interessantes que encontrei por aqui em minha cidade-berço.
Dentre as tantas opções de coisas observadas e que poderiam se transformar em objeto de minhas divagações, uma muito me marcou. Fui passar uma noite dessas aí na casa de Marção: amigo, filósofo não-filósofo, leitor de VIDA SIMPLES, apreciador de Lost, enfim, um divagador nato, assim como esse que vos escreve. Me larguei logo por lá nos aposentos onde passaria a noite, largamos algumas palavras ao vento, falamos de mulheres, de lost, das mulheres, de mochileiros, de mulheres e, por fim, delas novamente.
Cansados de tanto assunto, pedi para tomar uma ducha. Aquela que se toma perto de meia-noite e que leva junto com a água, pelo ralo, todas as angústias, temores, anseios e preocupações do dia inteiro.
Terminada a ducha e já vestido a caráter (com trajes de dormir, é claro), me sentei à mesa para o bom e inseparável café. Foi nesse momento que notei o detalhe se tornaria o assunto dali em diante, até o sono chegar e me interromper... O relógio da cozinha marcava dez para as dez. Mas já deveria ter uns dez dias que ele não marcava outra hora!
Fiquei esperançoso naquele exato instante. Passei a cultivar nos fertéis campos de minha imaginação a idéia de poder comprar um relógio daquele para mim. Um que só marcasse dez para as dez, fazendo assim com que se tornasse desnecessária a despedida que se aproxima. Não teria mais que me separar do belo sorriso do "Toquim"(ela terá um texto exclusivo mais pra frente e vcs entenderão de quem falo) que me acalenta a alma e me faz lembrar da sensação deliciosa de poder tentar amar. Não precisaria mais me afastar do cara que precisa de opinião para escolher o óculos de 0,25º e, tampuco, de um outro que tem uma "Brisa" preta com neon e tudo.
Não necessitaria mais ter que tentar ajudar à distância e virtualmente amigos (ou seria uma amiga?) que precisam só de um silêncio as vezes e poderia dar abraços eternos em quem quisesse e na hora que quisesse, já que só teria uma mesmo para querer: dez para as dez.
DOROCÊ =)

Ps.: a foto é de autoria de meu amigo e anfitrião Marcio Amaral. As horas marcadas no relógio não são as mesmas do título, mas talvez você nem teria percebido isso se eu não dissesse. Agora já foi, já disse...

2 comments:

Anonymous said...

Otimo, dorocê viu?! :-*******

Unknown said...

ainda bem q escreveu um novo texto
rsrs
muito bem esse texto, há momentos q tb gostaria q o tempo parasse, mas...

abraço